quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Não é um poema



Mas acho que acabo de postar poesia.


O filme da minha vida

Acredito que um bom filme se vive pela sua BSO. No espaço aberto, vulgo open space, que cohabitamos, nós os das siglas dos espanhóis, vivemos com a música terrível da artilharia pesada da construção civil. Por isto, e por outras razões que não quero deixar escritas, desconfio que este não é o filme da minha vida.

De noite todos os gatos são pardos

Mas desta vez era de dia, bem pela manhã, e não reconheci um arguido oficioso que me fazia uma espera à entrada do escritório.

Houve uma centelha de reconhecimento nos olhos dele, mas na altura pensei que estivesse a olhar para mim porque me surpreendeu a mirá-lo. E interpretei aquela centelha como um "Tás a olhar? Queres sarilhos?".

Escusado será dizer que tinha ar de bandido, o que, aliado ao facto de ser parecido com a Carla Sacramento, só que com 1,90m e físico de gangsta rapper, não me deram incentivos suficientes para lhe perguntar se nos conhecíamos. A caravana passou e ninguém ladrou.

O incidente não teve repercussões. A vida continuará o seu curso normal. Eu vou defendê-lo em julgamento e ele vai ser condenado.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O meu ambiente de trabalho

40 m2, oito secretárias às quais se encontram oito seres humanos a respirar, barulho de betoneiras a vir do saguão para onde dão as janelas, 40º de temperatura ambiente.

Ganho muito pouco.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

é da idade (3)

Nos seus 50 anos (soprados hoje), sinto que o meu pai é "novo".

É da idade (2)

O meu pai já me pareceu mais estranho.

é da idade

Já me pareceu mais estranho que a minha vida seja tão parca parte da minha existência.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

No Rescaldo do Terramoto

O fim do mundo não seria tão mau se não fosse surpresa.

Assusta-me pensar que o meu mundo pode acabar enquanto estou temporariamente fora dele.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Medo!

Louçã, vomitando as baboseiras do costume (o tipo já foi capaz de uma critica velada, nesta altura do campeonato, aos médicos que venham a objectar em consciência), tendo por pano de fundo um cartaz onde se lê o seguinte: "Bem-vindos ao Século XXI".

Merda, ainda dá para mudar de quadradinho?

Melhoria significativa:

A Constança Cunha e Sá na TVI.

Assisto...

...à Maria Teresa Horta prestes a ter um enfarte na Rádio Clube.

Que alívio

Ribeiro e Castro está magoado mas sereno.

Para quem não percebeu

O Benfica não ganhou o Campeonato.

As finanças públicas não se equilibraram.

O Pinto da Costa continua em liberdade.

O Francisco Louçã não foi atropelado por um tractor.

Cenas no office 3

O raciocínio escolhido para atingir a ideia do negócio potencialmente mais bem sucedido passou por projectar no mercado aquilo que sentimos como uma necessidade.

Desta forma, chegámos à conclusão de que podemos vender, com a certeza de que os nossos semelhantes a comprariam, vida.

Coloca-se a seguinte questão:Poder-se-á vender aquilo que não se detém?

Como juristas sabemos que não.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

untitled

Perde-se o chão, seguindo-se a queda vertiginosa no vazio.
O drama (ou talvez não) é que a consciência se esvai muito antes de um impacto que poderia não ser tumultuoso.

Cenas no Office 2

Tentar pôr um barril de 5 litros de cerveja no mini frigorífico existente no 4º andar (onde figuram míseros iogurtes a passar de prazo, a maioria lights). Depois de retirar as duas gavetas, uma prateleira de vidro e parte da porta, a coisa resultou.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Cenas no Office

Quem está na base da cadeira remuneratória discute despudoradamente vencimentos.

No nível 1 todos ganham o mesmo, não existem riscos de o colega do lado ganhar mais, portanto podemos bradar para quem quiser ouvir quanto escrevinhamos no recibo verde todos os meses.

Acontece, ainda, e muito à portuguesa, discutir quanto ganham os colegas do nível 1 na concorrência. Ao fim de algum tempo convencemo-nos da miserabilidade da nossa situação e que claramente há que mudar de vida e montar o nosso próprio negócio. Afinal, chegar a sócio é o que todos queremos.

Ideias em cima da mesa (por ordem crescente da confiança que depositámos em cada uma delas):

1 – Vender o seguinte serviço: ir a casa das pessoas todos os dias verificar se todas as luzes ficaram apagadas, o gás desligado, as torneiras fechadas, a porta trancada, entre outros. Pouparíamos muita angústia a muitos mortais que, para tanto, estariam dispostos a desembolsar uma nota.

2 – Abrir uma escola de Ioga (parece-me não carecer de mais explicações).

3 – Vender o seguinte serviço: “Fazemos sala com a sua família”. É tempo de ir visitar os pais/avós/outros e não tem tempo/disponibilidade e/ou paciência? Fazemos por quem precisa. Os serviços podem incluir a mera presença ou o prosseguir de conversas de ordem corriqueira e/ou técnica (com um custo acrescido).

4 – Aproveitar a ideia de um colega que, para vergonha da sua raça, optou por rendimentos outros que não os de categoria B e abrir um negócio de ninjas que fazem, basicamente, qualquer coisa.

Mas a ideia vencedora, é tema para postagem própria.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Irá servir para alguma coisa?

"Se há um problema, o problema continuará depois de domingo. Seja qual for o resultado"

Vale a pena ler a crónica de hoje do Rui Ramos, no Público.

Infelizmente, só comprando o jornal, e os prazos do contencioso tributário impedem-me de proceder à sua cópia integral aqui no fon7es.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Moderna sim, parva é que não.

A mulher deparou-se, a certa altura, com o blog em questão, tendo elogiado as fotos fantásticas que o mesmo exibe. Daí a ler e incentivar a sua leitura pelo marido... Apenas nos seus sonhos mais selvagens.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

contigo casei

Olha, o Saramago era amigo da Susan Sontag. Ficaste a gostar mais dele?

Não. Fiquei a gostar um bocadinho menos dela.