terça-feira, 3 de julho de 2007

conversas de café

Já a vi de lágrima no canto do olho, era domingo, estava no escritório, ao telefone com o marido que lhe contava que a filha dera os primeiros passos.

Chorava porquê?

Queria estar em casa?
Queria estar ali?
Queria tudo?
Queria sentir-se melhor, por não estar onde devia?
Queria que o marido olhasse com surpresa e a mesma excitação que expressava naquele momento para os segundos passos da petiz, quando esta os desse à sua frente?
Queria menos verdade e mais compaixão?
Porquê num domingo?

Para que ela pudesse lá estar.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Catch-22

Na sequência de um mail que recebi da Ordem dos Advogados a fazer publicidade ao seguinte curso:

Gestão do Stress e do Tempo
Orador: Dr. Jorge Amorim
Data , Horário:Dias 17, 18 e 19 de Julho de 2007 das 18,30 às 20,30
Taxa de inscrição: 121,00€ - Por participante

, pergunto-me se a principal lição que os participantes retirarão não será a de que, no planeamento e gestão do seu tempo, não deveriam ter perdido tempo neste curso.

O próximo curso da Ordem será "Aprenda onde deve gastar o seu dinheiro", também com taxa de inscrição a €121,00.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Nem tudo é hostil

Li algures na blogosfera alguém que tentou resumir numa só regra o seu imperativo moral, tendo chegado a qualquer coisa como: "não faças nada que envergonhe os teus filhos".

Fiquei a pensar, e porque acho que ninguém que não tenha filhos se revê a cem por cento nesta norma, qual seria o meu. Hoje especialmente, quando a questão já se colocou com tanta acuidade em momentos diversos do dia. E cheguei a um. Pode não ser nada de especial, pode não ser original, pode ser apenas uma escrita diferente de uma regra básica (é): "o meu semelhante sou eu e só através dele conhecerei algo maior".

ps: não vale para masoquistas.

Destrocar

Acho ridículo as pessoas que acenam com o título académico de licenciado, os dentes brancos a contrastar com a negritude do espírito e o berço invísivel, e depois proferem várias vezes: destrocar, destrocar, destrocar.

"Já venho, tenho de destrocar dinheiro".

Perfeitas burras, perfeitas burras, perfeitas burras.

domingo, 6 de maio de 2007

Achamento de tesouro

Não raras vezes durante as aulas de Direitos Reais pensei que o que ali aprendíamos apenas serviria para material de comédia. Éramos meninos da cidade no despontar do século xxi e estávamos a aprender o que fazer com animais ferozes e maléficos evadidos da sua clausura, o que acontecia se a corrente de um leito mudasse de direcção e a quem pertencia a maçã que caísse de uma árvore de um tipo e rolasse para o terreno do vizinho. Porra, pensava eu, ensinem isto aos gajos da GNR que têm de lidar com o Portugal em que ainda se espeta uma enxada na barriga do vizinho por uma questão de águas ou marcos.
Eis senão quando surge a bofetada de luva branca do Professor Pinto Duarte.
Tenho um exame de abelhas colado à parede do meu prédio aqui em Lisboa e ninguém sabe o que fazer. Estou-me só a vestir para ir ali a baixo resolver o assunto e dizer aos bombeiros (que já devem estar prestes a mandar uma mangueirada no enxame ou outra paródia parecida) que se o proprietário da colmeia não perseguir o enxame logo que saiba terem as abelhas enxameado, ou se decorrerem dois dias sem que o enxame tenha sido capturado, pode ocupá-lo o proprietário do prédio onde ele se encontre ou consentir que outrem o ocupe (presumo que seja preciso uma deliberação do condomínio mas ainda vou procurar jurisprudência sobre o assunto).


P.S. Senhores do grupo PT, se eu descubro que esta merda tem que ver com as radiações das antenas de telemóvel espalhadas por todo o lado vendo as minhas acções vocês sabem a quem (sim, rima com tó nai)

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Lucky Me

Há não muito tempo atrás, diligências era sinónimo disto:

Hoje em dia, o significado é completamente diferente. E, a estas horas, não acredito em homens mais rápidos que a sua própria sombra.


quarta-feira, 2 de maio de 2007

Sobre a condição feminina II



"Bitches ain't shit but hoes and tricks"
Dr. Dre

terça-feira, 24 de abril de 2007

Sobre a condição feminina

As mulheres são seres complexos que habitam este pequeno mundo. Não, minto. São os seres mais complexados que aqui andam. Se a palavra “Juíza” não existisse, e o feminino de “Juiz” fosse simplesmente “Juiz”. Se para me referir a uma Juiz fêmea, devêssemos dizer “a Juiz”. Nesse caso, teria dificuldades em perceber porque que não assistiríamos a manifestações de rua e mobilizações em massa pelo devido feminino. Eu própria estaria na rua batendo-me pelo meu direito a chamar e ser chamada de “Juíza” (fora-o eu). Mas a palavra, felizmente, existe. “Juíza”, “JUÍZA”, a feminina fêmea que aplica a lei, la bouche qui prononce les paroles de la loi. Assim, porquê? Por que alma penada veraneando no purgatório é que cada vez que se envia uma peça processual dirigida à Exma. Senhora Juíza de Direito, a mesma corrige a dita, com o atrevido lápis razorando o assento e cortando a letra definidora do seu e do meu género?

A verdade é que se tornou sinal de complexo de inferioridade uma mulher fazer referência a qualquer desigualdade ou reivindicar qualquer diferenciação positiva em prol da igualdade. A verdade é que o novo discurso da mulher descomplexada que vence no mundo dos homens sem aceitar nem sequer admitir sem conceder que a desigualdade possa existir, admitindo cortesias que de subjugantes passaram a gentilezas que condescentemente se toleram e, por ventura, exigem, nos transformou em perfeitas complexadas.

Nada de exageros. A mulher des(complexada) sabe nada lhe estará vedado por conta do A. Ainda assim, deveria, pelo menos, admitir que o A lhe pode tornar a vida um nadinha mais difícil e interrogar-se porque é que na faculdade integrava uma estatística 85% e no escritório (na base da cadeia alimentar) integra uma de 60%; porque é que, se chegar ao topo, a estatística que a englobará será de 20%.

JUÍZA


s. f.,

mulher que dirige certas festividades de igrejas;
mulher que desempenha as funções de juiz.


Em http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx

A Toga

Pela primeira vez - depois de ter estado numa audiência de julgamento a representar um arguido no âmbito de nomeação oficiosa pela Ordem dos Advogados onde era a única que não envergava tão sublime vestimenta, facto que me valeu os olhares de alto a baixo e comentários inaudíveis da Juíza (sim, JuízA) e da ilustríssima representante do Ministério Público e seus dois neurónios - resolvi envergar A Toga.

Coloco-a sobre os ombros e imediatamente começo a sobrevalorizar as minhas capacidades.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dia mau

Por engano, apanho o metro na direcção contrária. Por uma fracção de segundo pensei em deixar-me ir.

Dia de S. Receber

Desde Setembro de 2005 que o dia 23 de cada mês assumiu uma importância singular na minha vida. No início de cada dia 23, oiço as vozes dos Xutos e Pontapé a assegurarem-me que é dia de São Receber.
O dia 23 de Abril de 2007 conseguiu juntar os Xutos e os anjinhos a cantar o Aleluia; finalmente, aos poucos, reconhecem-nos o esforço e retribuem, como sabem, é claro, e com os recursos parcos de que dispõem, o nosso pequeno contributo.

Mas a coisa não fica aqui. Num qualquer dia deste mês, outro evento vai ocorrer; i´m pretty sure.
Isto é, Ela que, segundo consta, já ligou para todas as fontes a perceber a diferença de valores, vai devolver-nos, aos 9, a diferença.

Tenho a certeza de que uma mulher, digna, não cínica, atenciosa, amiga e companheira, cederá perante estes/ os seus próprios valores (bancários). Esta mesma, que por aqui reside profissionalmente pelo bom nome da Casa, e unicamente por isso, sentir-se-á imbuida de um sopro e devolverá a materialidade que a sustenta; leia-se dinheiro.

Afinal, em abono da verdade, Ela nem o merece.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Veneno de ratos

Isto parece-me importante.
Há uma pessoa que eu não adoro, não adoro porque ela não tem bom fundo, tem um sorriso duvidoso e não tem ponta de dó e piedade das figuras patéticas com que, diariamente, nos brinda.
Não foi preciso a minha Mãe ou a minha Avó aconselharem-me, para eu saber que não tenho de gostar de tudo o que tem duas pernas e imita, incessantemente, o macacão do sapiens.
Com esta pessoa já mantive as conversas mais estupidificantes da minha vida, já lhe vi o indicador apontado em riste na minha direcção, ameaças explícitas e sorrisos cínicos.
Eu, por mim, não sou mulher de me calar, gozo do dom da palavra, na medida em que preciso dela para respirar; nem que seja para respirar em ares sujos e pesados pelo oxigénio mastigado por demais criaturas que se ocupam dos outros, numa de "deixa-me lixar-te, lixar-te, lixar-te."
Ontem, aconteceu-me um dos momentos mais dignificantes, e ao mesmo tempo mais estúpidos da minha respiração. Eu passei por essa pessoa, pela segunda vez naquele dia, já depois de um bate-boca matinal agradável, ela interpelou-me com provocações não muito intelectualizadas - mas a quem tem pouca energia intelectual não se pode pedir mais - e eu respondi-lhe: "Cuidado contigo porque como estás a comer pastilha, ainda trincas a própria língua e morres com o teu veneno. Cuidado".
Ela, agora, diz que eu quero que ela morra.
Adoro quando esta gente admite a sua própria estupidez e maldade. Pobre do homem que lhe anda a dar beijinhos na boca; olha-se ao espelho e tem a boca roxa de veneno para os ratos.

Pérolas


- You were going to be a gymnast.

- A journalist.

- Right, that's what I said.

Saídas que diminuem consideravelmente as suas hipóteses

Estás cada vez mais parecida com a minha mãe.

Gestão de um capital de aprovação

Manter o outro viciado, sedento, dependente de aprovação. Bem feitas as coisas e a potencial valorização deste activo é imensa: quero que castigar-te, quero que sofras – digo-te que me desiludiste; quero agradar-te sem qualquer fim altruísta, apenas para me sentir bem ou conseguir algo de ti – digo-te exactamente aquilo que queres ouvir. Que faço com muito do primeiro e um pouco do segundo? Mantenho-me dependente.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Google Talk

vou lançar um "call for brides"
com CV e "personal statement"
também pensei em pedir cartas de recomendação...

mas essas necessariamente teriam de vir de relações fracassadas (o que não faria mto sentido)

"Assumo que oficialmente beijei mais do que uma senhora"

Macário Correia deu uma pequena entrevista que acaba por se traduzir num pequeno manual sobre como ganhar um lugar no céu:
- tirar dois cursos ao mesmo tempo e fazer um mestrado em França
- trabalhar 17 horas por dia
- ir buscar a correspondência da Câmara aos Correios
- ir de bicicleta buscar a correspondência da Câmara aos Correios
- exercer 15 cargos não remunerados
- ter uma "pequena agricultura"
- saber escrever com cabos de enxadas
- praticar marcha, cicloturismo e btt
- dizer frases parvas como "comprei uma vez um maço de cigarros, quando tinha 14 anos. Não o acabei e ainda hoje não consigo perceber como é que as pessoas metem na boca e chupam tantas vezes ao dia uma coisa que sabe tão mal" e não se rir a seguir.

terça-feira, 17 de abril de 2007

não está nada azul




Ao que parece, o Jeff Tweedy separou-se da mulher. Péssima notícia para os seus pulmões, óptima para os meus ouvidos. É fácil reconhecer a importância que assume a perda na inspiração dos artistas. Sem querer ir mais longe, soube há pouco tempo que o tipo dos roxette começou a escrever baladas depois de todos os membros da sua antiga banda terem ido para a tropa (a ideia de ler a biografia dos roxette surgiu-me um dia em que testei a possibilidade redigir um livro chamado “1001 coisas para fazer logo a seguir a morrer”, ideia esta que, tal como os discos dos roxette, acabou arrumada no fundo da estante, representando aqui a estante a minha profunda idiotice)Depois do mal amado último álbum – que criou o fantasma da impossibilidade de reproduzir a façanha de fazer o melhor disco de toda a história do meu quarto, o “yankee hotel foxtrot” –, o Jeff resolveu escrever um disco como quem corta os pulsos. E isto é sempre tão bom, ter o privilégio de ser os free riders da sua depressão (desde o brilhante post da Mariana, decidi que, sempre que possa, vou tentar recorrer a conceitos económicos). Começa-nos por dizer “Maybe the sun will shine today” e inicia um balanço que nos faz pensar “este caralho está a tentar convencer quem, aqui cheio de esperanças?” Uns versos à frente já se ouve violinos e um tipo sabe que isto não vai acabar nada bem. O certo é que, depois uma dúzia de músicas a varrer o soul (“side with the seeds”), o country (“sky blue sky”), o rock (“walken”) e a casa (“hate it here”), já está de joelhos a pedir à miúda que volte, que é assim que tem de ser e não sei quê.
É sempre tão bom, quando um país deixa de produzir canhões para produzir o melhor disco do ano (reparem que aqui até consegui martelar uma mensagem política popularucha).


PS: O álbum "sky blue sky" sai no dia 15 de Maio e a melhor forma de comprá-lo é através da music wow
PS2: Já depois de escrever isto, vi, no youtube, meia dúzia de vídeos recentes do Jeff Tweedy, e aparentemente afinal está aí para as curvas. Ainda assim, não vou apagar o post. Desconsiderem o facto deste estar completamente errado e liguem só à mensagem política.

Insólitos na Administração - Over and out

Suponho que insólita mesmo tenha sido a circunstância de o esquecido da 1ª Instância, graças a algum infortúnio do qual nunca tomarei conhecimento, não possuir uma das mãos (a direita). De igual forma, provavelmente, nunca saberei que infortúnio o fez escolher um sinistro gancho de metal em lugar da convencional e literal prótese.

Insólitos na Administração - O armazém de Vila Franca

- Bom dia, precisava de consultar os seguintes processos se faz favor.
(estendo-lhe uma lista com cerca de 15 números)
- Xiii, vai consultar isso tudo?
- Bem, só tenho a referência destes, mas julgo existirem mais sobre o mesmo assunto, quero tentar perceber o que se passou aqui, por isso só consultando todos.
(depois de ver nos livrinhos dela, manuscritos porque aqueles monitores de écrã plano são só para enganar - deram-lhos quando foi do simplex, mas nunca explicaram para que serviam)
- Isso já transitou tudo em julgado, quando é assim mandamos de volta para a primeira instância.
- E onde fica o tribunal de primeira instância?
(não me orgulho da pergunta mas estou há pouco tempo em fiscal e, claramente, apesar de andar praí a impugnar como se nao houvesse amanhã, não percebo muito do assunto)
- Ah, foi extinto.
(É verdade! A reforma do contencioso administrativo... Ok, esclareço isto no escritório. Mas espera lá que a 1ª Instância era na Braamcamp. Já que o escritório é mesmo ali ao lado, vou ver se ficou lá alguém esquecido que me possa ajudar)

Braamcamp, 5, ex-Tribunal de 1ª Instância Tributária, actuais Juízos de Execução.
E não é que ficou.

- Bom dia, estou à procura de uns processos que vinham da antiga 1ª Instância Tributária, sabe dizer-me para onde foram depois da extinção da mesma?

- Bem, uma série deles foi para um armazém em Vila Franca.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Mau gosto

No seguimento de alguns posts da semana passada cerca de metade das nossas leitoras reagiram contra o alegado mau gosto e sexismo dos textos em causa. A essa pessoa terei de dizer que mau gosto e sexismo seria escrever um post sobre menstruação chamado “Ninguém pára o Benfica” ou outro mais geral sobre mulheres com o título “O fiel amigo”. Não o farei e acho horrível ter sido obrigado a escrever isto.

Abram alas pró Noddy


Sábado de manhã (às oito horas e trinta minutos, para mais específica ser) foi dia de babysitting ao sobrinho de ano e meio.

Às oito horas e quarenta e cinco minutos entrei em pânico quando percebi que tinha de lhe dar a papa sem a cadeira própria onde sentar (e amarrar) o rebento.

Coloco o Noddy no leitor de dvd, ao que se seguem horas de puro hipnotismo e contemplação.

Apercebo-me de que o Noddy é um brinquedo com uma moral curiosa e, por vezes, perversa.

Não é apenas o facto de ter veiculado, por diversas vezes e a propósito de um espectáculo de circo que os brinquedos estavam a organizar, que «os melhores artistas são os nossos amigos». Quando me propus a intervir, o tio explicou-lhe que esta cultura de favoritismo e amiguismo estava a dar cabo do panorama cultural português.


Acho que percebeu.


Chocou-me mais, porém, a cena em que os brinquedos se encontraram para discutir quem iria à frente no cortejo anual da cidade dos brinquedos, sem conseguirem chegar a acordo:


1.º O Noddy sugere que seja o Orelhas a escolher, discricionaria a arbitrariamente, visto que eles não conseguem.


2.º Porquê o Orelhas? Porque é o único que não é um brinquedo (é um gnomo).


3.º Talvez 2.º faça sentido na terra dos brinquedos, mas acho que nem neste lugar sinistro fará sentido o que se passou a seguir - como todos os brinquedos queriam ser os primeiros, e tendo o Noddy sido o único a graciosamente alvitrar que «não me importa ser o terceiro, quarto ou o último, só quero é participar» (nesta parte desatei ao palavrão, mas acho que o puto não percebeu), o Orelhas escolheu precisamente o Noddy.


4.º Porquê o Noddy? «Porque foi o único que não quis ir em primeiro.»


Que anãozinho irritante.


Expliquei ao João, pacientemente, que a opção do Orelhas assenta numa concepção deontológica da moral, constitutivista, que, embora cheia de valor filosófico, pode tornar pior a vida das pessoas e insurgir-se contra teorias mais liberais como as que são defendidas lá em casa. Que, de um ponto de vista consequencialista e utilitarista (no bom sentido, claro), o Orelhas teria feito uma opção claramente ineficiente, ao atribuir um benefício a quem não o valorizava, e que, como tal, dele não retirou qualquer utilidade, privando da mesma quem efectivamente valorizava ser o primeiro (todos os outros brinquedos). Por outras palavras, o Noddy ficou na mesma e pelo menos um brinquedo ficou pior do que poderia estar. O Orelhas não procedeu a um movimento de Pareto. Além de se me escapar a moral deontológica da coisa. O Orelhas bem nos podia ensinar algo para além da sua moral paranoica de que é absolutamente errado e insensato querer ser o primeiro a liderar um cortejo de brinquedos.


Acho que ele percebeu.


sexta-feira, 13 de abril de 2007

ponto negro.

O JOGO DA BOLACHA É O NOJO!!

Jogo da Bolacha!

http://www.dgidc.min-edu.pt/despescolar/newsletter/modalidades/campeonatos_2003_2004/nacionais/castelo_branco/programa_familias.html

PROGRAMA FAMÍLIAS - DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA
Animação Desportiva
Escola EB 2,3 Afonso de Paiva – Castelo Branco

Período da Manhã

10:30 Horas – Início da Actividade

Jogos Tradicionais:

Corrida de Sacos
“Andarilhas”
Jogo dos Peixes (Pioneiros Nemo)
Jogo do Balão
Jogo da Malha
JOGO DA “BOLACHA”
Jogo das Latas

É suposto as crianças (leia-se, os meninos) jogarem à "Bolacha"?!

acórdeão

O estatuto de gentleman reside, em grande medida, na capacidade de gerir conversas habilmente. Um gentleman precisa de compreender a dinâmica própria das conversas de circunstância. Manipulá-las como um acórdeão, uma metáfora assim (a minha capacidade de criar metáforas é miserável, razão pela qual nunca me admitiriam no bloco de esquerda), obedecendo à seguinte matriz:
quanto maior o afastamento entre os interlocutores, mais generalista o tema (paradigma: o tempo)
quanto maior a proximidade, mais específico o objecto de conversa (paradigma: penugem)

Vejamos exemplos.

- Olha o Pedro, já não te via há uns tempos. O que é que tens feito? Sempre foste para medicina?
(Aqui cumpre expandir o acórdeão, de modo a atirar o interlocutor para lá de Andorra)
- Era mesmo para ter ido, mas depois parece que se pôs uma aragem.

Em sentido inverso:

- A sério, Pedro, hoje estiveste óptimo. Hoje, quer dizer, tu ÉS óptimo.
(Contrair o acórdeão)
- Ora essa, eu é que te agradeço pelo look pré-adolescente com que me brindaste.

Advocacia Literária ou O 16 da Católica

...é que é tipo, do género, ó bem que é um gestor de conta, ou não. Agora um "executivo de conta"... tipo do género parece-me que não está lá muito correcto.

Advocacia preventiva


Qualquer litígio relativo à interpretação ou execução do presente contrato será dirimido por meio de um jogo da bolacha, à melhor de três, em que participarão os administradores executivos das Partes.

Experimentem inserir esta cláusula num contrato para ver se alguém se chateia por dá cá aquela palha.

Já estou a ver a cena:
- Ó não sei quantos, vocês não estão a agrafar as folhas conforme o estabelecido no contrato
- Mas estamos a utilizar dois clips, é a mesma coisa
- Não, tem de ser assim e assado
- Tudo bem, vamos a um joguinho da bolacha? Olhe que eu quando me enervo sou um instantinho
- Deixe lá isso

lábia mantorras



- A sério, Sarah, só preciso de ritmo de jogo.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

cenas que, provavelmente, não marcam pontos para a advogada-estagiária

Advogada associada dirige-se à impressora, pega nuns papeis, uns que correpondem a ordens de impressão dadas por si, outros que não.

- Se estiver aí um mapa astral é meu.

Vai um BigMac?

Não, estou a poupar para uma impugnação pauliana.

Era mentira



"Nunca o vi na faculdade"
Fernando Santos, torcendo a boca.
«Voltando ao exame de ontem: essa licenciatura não lhe pode ser recusada. Passou e publicamente

in: Editorial de hoje do Diário do Governo, perdão, de Notícias.

Estagiário em Roma

- O que é isso de ser estagiário?
- Imagina Alexandre o Grande a entrar triunfantemente em Roma comandando uma legião de elefantes e sendo aclamado por centenas de milhares de pessoas. Sente-se perfeito, maior e mais poderoso que qualquer outro homem, um deus.
- Estou a ver
- Alguém vai ter de limpar a bosta dos elefantes. Durante o fim-de-semana.


Disclaimer: é capaz de haver um certo número de erros históricos

Só para dizer

Só para dizer que não tenho nada para dizer (ontem perdi os primeiros minutos da entrevista ao Sr. Primeiro-Ministro, por isso só apanhei a parte who gives a fuck sobre o estado do país, sobre o défice, sobre a OTA, sobre a reforma da administração pública).


Mas não quero deixar de embelezar este blog.


Assim:




MEMÓRIAS DE INFÂNCIA ou O HOMEM QUE SABIA DEMAIS

(perante o estrago...)

- Joãaao, quem fez isto?!

- Não sei. Só sei que foi com o martelo.

O busílis

Sócrates podia ou não ter participado no saudoso programa da Mila Ferreira?

Externalidades

A paragem de autocarros disse-me ontem, de relance, ali junto à rotunda do relógio, que se o Pedro Abrunhosa não tivesse estudado provavelmente seria, ao contrário de um música parolo com coletes e óculos parolos, um arrumador de salas de cinema com um colete parolo e uns óculos parolos. Ou seja, o mundo seria igual mas sem isto



Era ter carregado nas proprinas.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH.

Não sei quem és, mas conheço parecido.


Estagiário de escala

- Portanto o que o senhor me está a dizer é que estava a cortar lenha e a sua mulher se meteu de costas à frente do machado para se tentar suicidar?
- Exactamente sotôr
- Mas o senhor ainda lhe deu três ou quatro machadadas com toda a força, não foi?
- Estava distraído a pensar na vidinha, sabe como é…
- Desculpe estar a ser picuinhas mas os juízes às vezes implicam com as coisas mais pequeninas
- É o seu trabalho sotôr, até lhe agradeço
- Diga-me mais uma coisa, costuma cortar lenha no sofá da sala?
- Já estava a ficar frescote e não quis ir lá para fora sotôr
- Claro, as mudanças de temperatura são um perigo
- E então sotôr, está confiante?
- Estou estou, diga-me só se já veio prevenido de casa ou se quer que eu lhe leve preservativos à prisão?

terça-feira, 10 de abril de 2007

E se revíssemos prioridades?

"É irrelevante que o facto divulgado seja ou não verídico para que se verifique a ilicitude a que se reporta este normativo, desde que, dada a sua estrutura e circunstancialismo envolvente, seja susceptível de afectar o seu crédito ou a reputação do visado"...

...Considerou o Supremo, em sede de recurso de um processo que opunha o Sporting Clube de Portugal a três jornalistas do Público, por terem os últimos noticiado, em 2001, que o clube tinha uma dívida ao Estado de 460 mil contos desde 1996 (acórdão do STJ de 8 de Março).

Ao contrário do sistema americano, em que a fronteira entre a veracidade e a falsidade da informação é a mesma que separa a licitude da ilicitude, no nosso sistema, protege-se o bom nome da maledicência da verdade.

Ao contrário do sistema americano, em que a informação nunca é superlativa, em que os indivíduos são seres racionais capazes de tomar decisões que maximizam o seu bem-estar, premissa apenas contrariada por falhas de informação, há valores que se sobrepõem à verdade e à livre expressão.

Vale a pena proteger o Bom Nome que não sobrevive à Verdade?


É tão óbvio o paralelo que se pode estabelecer entre este acórdão do STJ e os acontecimentos que marcam a actualidade nacional, que me recuso a fazê-lo.

Estagiário na repartição

- A lei não exige a entrega da declaração em triplicado
- Aqui na repartição fazemos sempre assim
- Mas não há qualquer fundamento!
- Olhe, eu trabalho aqui há 12 anos
- Está bem, mas eu não tenho culpa, tivesse estudado mais um bocadinho

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O momento mais espiritual do meu dia/ Invocando o Seu nome em vão

Olhando para um cesto de meias e cuecas que o meu marido nunca vai dobrar: "Oh, meu Deus."

Cedendo à piadinha fácil

Tinha que vir merda do primeiro post do Fred (AKA, FLUF).

Estagiário salva o planeta

- Se usares o mesmo copo de plástico todo o dia em vez de gastares um de cada vez que bebes água poupas o equivalente a 20 árvores por ano
- Sim, e se em vez de papel usares o dedo para limpar o ânus salvas umas 30

qual é a ideia?

MDUS, deixa os gajos ignorantes; convencidos de que é muita melhor ter uma mulher inteligente e com vontade própria, do que uma peça de plástico sem maminhas, de piruca escorrida, com um biquini feito com restinhos de tecidos, e olhos de lentes. A sentir o mundo com um corpo de superfícies diminutas, incessantemente à procura de si mesmo para depois encontrar, ainda, o seu lugar no mundo. Prefiro o meu corpo de volumes e espaço concedido neste mundo de trinca-esp(ad)inhas.

I guess.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Instinto (de sobrevivência) de mulher

Sinto o sol de inverno e fim de tarde a bater-me na janela e dá-me uma ânsia súbita de Verão e praia e, quando dou por mim, estou perdida em fúteis pensamentos sobre renovar o armário dos biquinis, podia comprar um modelito assim, e assado, etc.


Eis senão quando, navegando, me deparo com esta sócia.



Sei o que estão a pensar:

«com este loiro de farmácia nenhum homem lhe pega, coitada».

ps: Acho que este Verão vou usar fato-de-banho.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

As pessoas sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."
Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.


Sophia de Mello Breyner Andresen
(Livro sexto)

sexta-feira, 30 de março de 2007

Estou mesmo lixada

Estou mesmo lixada por ter sido discriminada em razão do sexo. Razão os gajos têm nenhuma e eu não tenho mérito algum na escolha do meu género.
Isto porque não me atribuíram uma tarefa pelo facto de ser mulher, ou melhor, pelo facto de não ser homem. E a tarefa era de índole meramente intelectual; destituída de necessidade de massa muscular trabalhada, suor e pretensa virilidade. Mais não digo.

Ps. Espero, mais tarde, ter o discernimento alinhado para borrar este poste. Quero mesmo que isso aconteça, por agora é deixá-lo estar.

quinta-feira, 29 de março de 2007

O momento mais espiritual do meu dia/ Invocando o Seu nome em vão

Olhando para um cesto de meias e cuecas que o meu marido nunca vai dobrar: "Oh, meu Deus."

quarta-feira, 28 de março de 2007

Patrocínio oficioso

"Sôtore, o Senhor é estrangeiro, se calhar precisa de um tradutor."

(mais alto porque assim talvez perceba)

- PRE-CI-SA DE UM TRA-DU-TOR? PER-CE-BE POR-TU-GUÊS?

-Ah, e tal, um bócadinho, más male.

- E FRAN-CÊS? (O senhor era do Senegal)

- Cómó portugués.

- Então fala o quê?

- Walabi (juro!)

- Levas com um português e um francês e 'tás com sorte.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Assolou-me

Assolou-me esta dúvida quando fui à casa-de-banho do escritório no outro dia (ao compartimento com a retrete; não gosto daqueles urinóis porque i) a lei da gravidade não recomenda que o xixi seja projectado de baixo para cima e ii) tendo em conta o mencionado em i), tenho de me pôr em bicos dos pés):

Para trancar a porta, giro a chave uma ou duas vezes?

Qual o sentido de se rodar a chave duas vezes (e não digo apenas na casa-de-banho do escritório, mas aí a questão coloca-se com mais premência)?

É a opção entre ficar seguro que ninguém entra e ficar seguríssimo que ninguém entra?

Dou de barato que, ao dar-se duas voltas à chave, o trinco entra mais na porta, tornando-se mais difícil arrombá-la.

Mas alguém precisa de ficar seguríssimo na casa-de-banho? Há medo que ela possa ser arrombada mais facilmente? Nem que se estivesse a fazer o inconfessável, a segunda volta de nada adianta, é esta a minha tese e por ela não me importava de morrer queimado na fogueira.

E não inventaram já fechaduras nas quais basta girar a chave apenas uma vez que é logo inserido o fecho todo na porta, evitando-se destarte o dilema?

Sei que não me estão gratos por vos alertar para aquilo que me assola.

INGRATOS!! Desse-se mais atenção aos caprichos das peças mobiliárias ou aos pequenos incidentes domésticos e hoje ninguém estaria a debater resultados de concursos estapafúrdios.

Fora de gozo

Quero que fique escrito; que repugno veementemente Salazar ter sido eleito o melhor português de todos os tempos. Por isto, e somente nesta situação, defendo a manipulação de resultados e questiono o nome que dão à democracia.
Desconsidero Salazar até às suas entranhas e prestações mais públicas e assexuadas.
Tenho asco ao que foi fez do meu País, das minhas pessoas, dos meus escritores, poetas, músicos, intelectuais, jornalistas, pobres, estudantes, investidores estrangeiros, cientistas, manifestações de Amor, de humanidade e de alegria. Tenho nojo das balas da sua polícia, dos silêncios forçados, da criatividade reprimida, dos músculos contidos, das vergonhas inventadas e de umas finanças espartilhadas, que aparentam melhoras, para os mais superficiais, mas que estiveram apenas sedadas durante 48 anos.
Tenho náuseas desse homem.

Misery loves company

Depois de saber quem foi o feliz contemplado nos Estados Unidos, de repente o Salazar já não parece assim tão mau.

Salazar foi eleito o maior português de sempre (RTP "Os Grandes Portugueses")

1. António de Oliveira Salazar
2. Álvaro Cunhal
3. Arsitides de Sousa Mendes
4. D. Afonso Henriques
5. Luís Vaz de Camões

Em França foi eleito Charles De Gaulle, em Inglaterra Winston Churchill e nos Estados Unidos Ronald Reagan.

sexta-feira, 23 de março de 2007

As if


"As if a woman ever loved a man for his virtue"

Presumo

Que o post abaixo da ACRM pretenda avisar-nos para não ir ao Maxime hoje e amanhã.

Concerto de José Cid

José Cid actua hoje e amanhã no Cabaret Maxime.

Final de "Os Grandes Portugueses" é domingo

António de Oliveira Salazar tem uma vantagem considerável em termos de votação!!

quinta-feira, 22 de março de 2007

A ler:


Fui ver:

Para bem de uma certa ordem natural das coisas, os vencedores são tidos como moralmente superiores, pelo menos até serem vencidos.


Para bem de uma certa ordem natural das coisas, há que quebrá-la de vez em quando.


Em boa hora o fizeram Chang, Halliday e Kanon.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A minha Prima Vera

O valor do vento

Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras
e só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto

Ruy Belo
"O Valor do Vento", Inverno, in Homem de Palavra[s]

Ps. para aqueles a quem a poesia dá micro-movimentos ou mesmo a apatia absoluta, que se danem, hoje também é dia de poesia e de primavera; as minhas estações preferidas.

Rui Verde regressa como presidente da Sides

Por decisão do Tribunal de Comércio de Lisboa.

«Na sequência da decisão judicial, a anterior direcção, encabeçada pelo vice-reitor Rui Verde, "entrou na universidade com a polícia, retomou o controlo" da instituição e suspendeu, com efeitos imediatos, o reitor Luís Arouca, adiantou à Lusa DHO, advogado da Sides.»

Descansada?!

ISAP hoje podes, é o dia mundial da poesia...

terça-feira, 20 de março de 2007

Estou a precisar disto

Projecto ambicioso, elencar 10 profissões piores que a de advogado:

1 - Empregada de limpeza do Cine-Bolso;
2 - Inseminador artificial de elefantes;
3 - Homem-bomba;
4 - Segurança num estádio, daqueles que se sentam de costas para o jogo;
5 - Urologista-geriatra (a especialidade provavelmente não existe, mas a ideia de toques rectais em idosos é sugestiva);
6 - Condutor de autocarro em Bassorah;
7 - Agente do Melão (o cantor);
8 - Sei lá, porra, só quero chegar à punch line na 10ª;
9 - Forcado free-lancer (imagino-o como uma pessoa que vê um touro num descampado e decide ir-lhe à fuça);
10 - Advogado estagiário.

A Sagração da Primavera


segunda-feira, 19 de março de 2007

Bendito sejas, ó meu imposto

Quero anunciar, no silêncio forçado do TALC, que temos uma tostadeira estagiária na cozinha luminosa e bem apetrechada do 3.º, comprada a expensas do próprio.

Perguntava-me como vai gerir o rapaz este rombo no orçamento mensal. Resposta: mete no IVA.

Tempo mulherio

Será que o clima é mulher? Assim, temperamental, inadiável e cheio de si.

Mulher casa com cadáver

«Na India, a morte de um noivo que faleceu num acidente a caminho do seu casamento não foi motivo suficiente para acabar com a cerimónia. Desesperada, a noiva, Tulsi Devipujak, ordenou que sentassem o corpo do noivo numa cadeira, no altar, e casou-se.»


Porquê?!

Hoje assinalam-se...

O dia do pai e o dia nacional dos alcoólicos anónimos.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Sorry (is all that you can say)

De quando em quando, altos dignitários de Estados, vozes representativas de religiões ou credos e outros madraços vêm a público pedir desculpa por erros cometidos no passado.

O mais recente caso que me chamou a atenção, para além do David Navarro - abre parêntesis o jogador do Valência que tentou tirar uma pestana de cima do nariz de um jogador do Inter à bolachada e que pelo facto pediu desculpa -abre outro parêntesis mas não se livrou de uma suspensão de 7 meses -abre mais outro parêntesis já era tempo de se falar de bola neste blog -fecha três parêntesis - foi o Estado norte-americano da Virgínia que lamentou o seu passado esclavagista, exprimindo um " profundo pesar" pelo seu papel no comércio dos escravos.

O(s) Papa(s) são pródigos em pedir desculpas pelos pecados dos Católicos Romanos: Inquisição, conversões forçadas, queima de bruxas, desculpa lá ó Galileu afinal tinhas razão, cruzadas, o cisma do Oriente, atitude passiva em guerras e com regimes ditatoriais, etc.

Se bem que a questão seja interessante - até quando, se é que se, as gerações actuais são responsáveis pelos erros das gerações passadas; se o facto de a geração presente continuar a usufruir de riqueza que lhe advém de práticas iníquas dos antepassados deve conduzir a uma redistribuição forçada da riqueza pelos que ilegitimamente foram espoliados; se dizer desculpa adianta alguma coisa (ao nariz do Burdisso, o tal jogador do Inter, duvido) - é óbvio que o tema é meramente um pretexto para o que realmente aqui me traz:

Na sequência deste post da ACRM, senti que devia pedir desculpa a todos os que partilharam o sétimo andar comigo por toda a merda que fiz naquela casa-de-banho, sendo certo que era a única e que por vezes, meus companheiros, tiveram de lá ir uns poucos (ó se eram poucos!) segundos depois de mim.

Se preferirem, em vez do pedido de desculpas, uma frase catchy:

"The past is never dead. It's not even past." Dos Silence Four ou do William Faulkner.


quarta-feira, 14 de março de 2007

No novo posto

Em frente a Braamcamp e a esquina com a Duque de Palmela. Percebo se o dia está soalheiro (e está) ou nublado, não mais a indiferenciação do saguão. A vizinhança decaiu substancialmente, mas para nós os estetas, a situação melhorou muito. E convenhamos, a senhorita, calada, não é uma figura de todo desagradável.

Obrigada...


Não podia deixar de vos agradecer, ex-sétimo! Pelos momentos pacatos e de stress. Pelos bolinhos do 7º, pelas jolas das sextas, pelos almoços e pelos jantares. Por tudo e por nada!


Pela amizade da MDUS e da ISAP que me aturam sempre com um grande sorriso.

Pelos caldos do TALC que sempre me ouviu cumplice e bem disposto.

Pela ajuda e companhia do FBOS.

Pelas piadas (in)convenientes e bem dispostas do FLUF.

Pelo companheirismo da SSAS e do TMAF.


Gosto de vocês...

(Tenho coisas para fazer mas enquanto se mantiver a confidencialidade deste blog, prosseguirei)

Um grande beijinho de Parabéns à Filipa, figura agregadora de todos os feitios do ex-sétimo, e até da senhora dona dos direitos de autor do "que satice". Merece um abraço virtual e um abraço de braços bem abertos com o coração acoplado.

Era a tasca do Zé

A tasca do Zé merece um elogio fúnebre. Agora que fechou, por ordens expressas da ASAE - a Barbie viu tudo! - mesmo aqueles que se recusaram a experimentar a sua canja diária maravilha, sabem que a tasca do Zé desempenhou uma função importante nos almoços forçados de sandes gordurosas no elevador em 3 minutos a correr contra um prazo peremptório, nos almoços à pobre, nos pacotes de pastilha trident. Bem sei que o Zé era muitas vezes intragável, especialmente na maneira como falava com a senhora pequenitates/ frenética, que tinha um horário ininterrupto das 7h às 22h. No entanto, a tasca do Zé foi o poiso dos senhores beberolas das obras que ajudaram a criar este edíficio. Por isso, devemos, ao Zé, tanto de nós. Um só obrigada, Zé.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Colecta para um piaçaba

Palavra de fonética detestável e função humilhante e menor, este objecto nas novas instalações não deixa de ser também hilariante. Um tubo metálico opaco com a ponta curva, ao qual se atarracha um pequeno cilindro de cartão cuja própria ponta se afigura a um pequeno repolho. Ao dizer das imagens explicativas daquele risível objecto, o mesmo em interacção com a água funciona. Mas quem é que quer experimentar?

Almoços grátis

De nada vale a poesia quando a distância marca os corpos. Separaram-nos, como tantas e tantas vezes defendemos. Agora na nossa ausência resta-nos este espaço de escrita e a primavera com os passarinhos a chilrear compensando os nossos silêncios. Um grande bem-haja.
Ps. Aposto que vamos ter visitas do Boss. Atentemos em tal. Ps2. Não vou ceder a almoços a dividir as despesas por todos; isto, de estarmos distantes, não é assim tão tão sério.

terça-feira, 6 de março de 2007

Parabéns!






Passada uma semana desde que aqui me estreei, seria de esperar que, por esta altura, já alguma coisa tivesse mudado. Uma colectânea dos meus melhores posts publicada, entrevistas com a Bárbara Guimarães, o tipo de kispo que visto a começar a vender em barda, eu sei lá... Mas não.

Sendo assim, acho que me resta concentrar naquilo a que verdadeiramente tenho jeito. Só me falta descobrir que coisa é essa.

"Tu és carne para esta gente"

?!?

segunda-feira, 5 de março de 2007

Hoje no Público: "A falta de sono pode afectar a capacidade de julgamento moral. (...) A duração de um bom período de sono diário é, segundo os especialistas, de oito horas, de preferência, no período nocturno." Assustam-me as minhas olheiras.

Tóxico

É mais tóxico o ar que se respira aqui, no andarzinho do número perfeito, do que as piadas que certas e determinadas pessoas aqui, no mesmo sítio, já proferiram. Acho que se trata de uma forma forçada de diminuição do quadro de pessoal porque no "do lado" não há espaço para todos.

sexta-feira, 2 de março de 2007

"Sua Badalhoca"

«A Arguida e a Ofendida conhecem-se desde […] e, embora as suas relações nunca tenham ido além dos meros cumprimentos coloquiais impostos pelas mais elementares regras da boa educação, nunca existiu entre as duas qualquer animosidade, revelando ambas sempre uma atitude cordial e amistosa

"Não"

Todos os dias o jovem e moderno casal habitante na baixa atravessa – na passadeira e após esperar que caia o verde para os peões, ainda que naquele exacto momento não estejam carros a passar, porque somos modernos e civilizados como lá fora – a Rua da Prata, a Rua Augusta e a Rua do Crucifixo em direcção à estação do metro que os leva ao trabalho (porque o carro não só está completamente fora como não convém tirá-lo daquele lugar que seguramente estará ocupado na volta, tudo parte do encanto de viver na Baixa).
Naquele dia de sol são abordados por um indivíduo de figura eslava, entre o Silas do Código da Vinci e aquele senhor que agora faz de James Bond, integralmente vestido de preto, que pergunta desconcertantemente, com um forte sotaque inidentificável “Falam português?”. Estupefactos, replicam “Sim”. “Acreditam em amor à primeira vista?”. Responde ele primeiro “Não”. A única resposta possível que lhe resta é vociferada com a voz ainda rouca da manhã.

Casual Friday


Preciso de um bom motivo para não existir, nesta instituição, com as condições de trabalho proporcionadas, casual friday...
O artigo "elegante em qualquer idade" afirma que entre os vinte e os trinta anos o visual deve ser descontraído, leia-se jeans!
Eu estou dentro desta idade!

Numa banda...




... safam-se sempre o vocalista e o guitarrista.

Este tipo safou-se.

quinta-feira, 1 de março de 2007

untitled

Nunca consegui proteger-me da revelação nem tampouco presto para muito a guardar segredos. Acho que é a minha incapacidade de comunicar que permite que tenha alguma réstea de privacidade.

Coisas de estagiário

Três juizes declararam-me incompetente e eu não me importei.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Não é um poema



Mas acho que acabo de postar poesia.


O filme da minha vida

Acredito que um bom filme se vive pela sua BSO. No espaço aberto, vulgo open space, que cohabitamos, nós os das siglas dos espanhóis, vivemos com a música terrível da artilharia pesada da construção civil. Por isto, e por outras razões que não quero deixar escritas, desconfio que este não é o filme da minha vida.

De noite todos os gatos são pardos

Mas desta vez era de dia, bem pela manhã, e não reconheci um arguido oficioso que me fazia uma espera à entrada do escritório.

Houve uma centelha de reconhecimento nos olhos dele, mas na altura pensei que estivesse a olhar para mim porque me surpreendeu a mirá-lo. E interpretei aquela centelha como um "Tás a olhar? Queres sarilhos?".

Escusado será dizer que tinha ar de bandido, o que, aliado ao facto de ser parecido com a Carla Sacramento, só que com 1,90m e físico de gangsta rapper, não me deram incentivos suficientes para lhe perguntar se nos conhecíamos. A caravana passou e ninguém ladrou.

O incidente não teve repercussões. A vida continuará o seu curso normal. Eu vou defendê-lo em julgamento e ele vai ser condenado.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O meu ambiente de trabalho

40 m2, oito secretárias às quais se encontram oito seres humanos a respirar, barulho de betoneiras a vir do saguão para onde dão as janelas, 40º de temperatura ambiente.

Ganho muito pouco.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

é da idade (3)

Nos seus 50 anos (soprados hoje), sinto que o meu pai é "novo".

É da idade (2)

O meu pai já me pareceu mais estranho.

é da idade

Já me pareceu mais estranho que a minha vida seja tão parca parte da minha existência.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

No Rescaldo do Terramoto

O fim do mundo não seria tão mau se não fosse surpresa.

Assusta-me pensar que o meu mundo pode acabar enquanto estou temporariamente fora dele.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Medo!

Louçã, vomitando as baboseiras do costume (o tipo já foi capaz de uma critica velada, nesta altura do campeonato, aos médicos que venham a objectar em consciência), tendo por pano de fundo um cartaz onde se lê o seguinte: "Bem-vindos ao Século XXI".

Merda, ainda dá para mudar de quadradinho?

Melhoria significativa:

A Constança Cunha e Sá na TVI.

Assisto...

...à Maria Teresa Horta prestes a ter um enfarte na Rádio Clube.

Que alívio

Ribeiro e Castro está magoado mas sereno.

Para quem não percebeu

O Benfica não ganhou o Campeonato.

As finanças públicas não se equilibraram.

O Pinto da Costa continua em liberdade.

O Francisco Louçã não foi atropelado por um tractor.

Cenas no office 3

O raciocínio escolhido para atingir a ideia do negócio potencialmente mais bem sucedido passou por projectar no mercado aquilo que sentimos como uma necessidade.

Desta forma, chegámos à conclusão de que podemos vender, com a certeza de que os nossos semelhantes a comprariam, vida.

Coloca-se a seguinte questão:Poder-se-á vender aquilo que não se detém?

Como juristas sabemos que não.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

untitled

Perde-se o chão, seguindo-se a queda vertiginosa no vazio.
O drama (ou talvez não) é que a consciência se esvai muito antes de um impacto que poderia não ser tumultuoso.

Cenas no Office 2

Tentar pôr um barril de 5 litros de cerveja no mini frigorífico existente no 4º andar (onde figuram míseros iogurtes a passar de prazo, a maioria lights). Depois de retirar as duas gavetas, uma prateleira de vidro e parte da porta, a coisa resultou.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Cenas no Office

Quem está na base da cadeira remuneratória discute despudoradamente vencimentos.

No nível 1 todos ganham o mesmo, não existem riscos de o colega do lado ganhar mais, portanto podemos bradar para quem quiser ouvir quanto escrevinhamos no recibo verde todos os meses.

Acontece, ainda, e muito à portuguesa, discutir quanto ganham os colegas do nível 1 na concorrência. Ao fim de algum tempo convencemo-nos da miserabilidade da nossa situação e que claramente há que mudar de vida e montar o nosso próprio negócio. Afinal, chegar a sócio é o que todos queremos.

Ideias em cima da mesa (por ordem crescente da confiança que depositámos em cada uma delas):

1 – Vender o seguinte serviço: ir a casa das pessoas todos os dias verificar se todas as luzes ficaram apagadas, o gás desligado, as torneiras fechadas, a porta trancada, entre outros. Pouparíamos muita angústia a muitos mortais que, para tanto, estariam dispostos a desembolsar uma nota.

2 – Abrir uma escola de Ioga (parece-me não carecer de mais explicações).

3 – Vender o seguinte serviço: “Fazemos sala com a sua família”. É tempo de ir visitar os pais/avós/outros e não tem tempo/disponibilidade e/ou paciência? Fazemos por quem precisa. Os serviços podem incluir a mera presença ou o prosseguir de conversas de ordem corriqueira e/ou técnica (com um custo acrescido).

4 – Aproveitar a ideia de um colega que, para vergonha da sua raça, optou por rendimentos outros que não os de categoria B e abrir um negócio de ninjas que fazem, basicamente, qualquer coisa.

Mas a ideia vencedora, é tema para postagem própria.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Irá servir para alguma coisa?

"Se há um problema, o problema continuará depois de domingo. Seja qual for o resultado"

Vale a pena ler a crónica de hoje do Rui Ramos, no Público.

Infelizmente, só comprando o jornal, e os prazos do contencioso tributário impedem-me de proceder à sua cópia integral aqui no fon7es.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Moderna sim, parva é que não.

A mulher deparou-se, a certa altura, com o blog em questão, tendo elogiado as fotos fantásticas que o mesmo exibe. Daí a ler e incentivar a sua leitura pelo marido... Apenas nos seus sonhos mais selvagens.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

contigo casei

Olha, o Saramago era amigo da Susan Sontag. Ficaste a gostar mais dele?

Não. Fiquei a gostar um bocadinho menos dela.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

SIM

Já cansa ouvir os sins a gritar que a questão essencial aqui é a despenalização.

Talvez até seja. Mas é desonesto esconder que a resposta tem muito mais implicações do que a mera despenalização.

O problema da discussão sobre o aborto surge da circuntância de não existir coerência em soluções intermédias. Até o Prof. Marcelo irá percebê-lo, um dia. Ou seja: com a despenalização chegam as clínicas privadas, mas, num sistema tão estatocêntrico como o nosso, de tão fraca concorrência e com agentes económicos tão indolentes, não poderá deixar de ser o aborto, ou a cosmética IVG, praticado nos hospitais públicos. Afinal, ou bem que chega a todos, ou bem que se deixa o mercado negro tratar do assunto.

Assim, com a despenalização chegamos à liberalização, admitimos a possibilidade a cada mulher de praticar livremente o aborto até às dez semanas, oferecemos-lhe a possibilidade de o fazer e financiamos a mesma com os nossos impostos. E desta consequência não podemos fugir.

Ora, para quem considera que a proibição do aborto é um imperativo moral, e que, como tal, o Estado tem de tomar uma posição sobre o assunto, a liberalização é algo que tem de ser muito difícil de aceitar.

Como tal, há que ter respeito pelos nãos e convencê-los com um argumento que esteja ao nível de um imperativo moral. Há que responder com outro imperativo moral, com a necessidade absoluta e imperativa de pôr fim a um flagelo. É absolutamente nojento o que se passa em Portugal com a prática, tolerada por todos, do aborto ilegal. E o que é facto é que não oiço nenhum não a bater-se tão furiosamente por este imperativo moral como se batem pela protecção da vida intra-uterina. E chamem-lhe assim, porque no útero às dez semanas não está uma pessoa, está um potencial de vida humana que também quero proteger mas que não se sobrepõe à minha vontade de acabar com pinças em alguidares ensanguentados que passam de um útero ao outro a troco de cem contos. E, neste momento, não consigo conceber, por muita ginástica jurídica que faça e por muito que oiça o Prof. Marcelo esforçando-se no mesmo sentido, uma situação intermédia que ponha fim ao flagelo.

Desta forma, por caridade, voto sim.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Mas eu quero.

Amor, vou desligar o computador.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Cena menos possível

"Epá, agora as betas com ânsias parideiras irritaram-me mesmo. Vou votar sim."

Cena possível

"Porra que os gajos gritam! O melhor é não mexer e deixar tudo como está."

verdades que não servem para muito

O drama do sim é que tem de considerar a possibilidade de alienar votantes, cuidado esse que o não pode dispensar.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Sem trabalho parte dois

Contaram-me hoje que uma tipa qualquer que casou com tipo qualquer da realeza grega teve uma mãe que lhe disse “Filha, se fores magra e bem-feitinha, terás o mundo aos teus pés”.

Com a minha mãe multiplicaram-se as cenas do tipo “Filha, estuda para teres um futuro” ou “a maior herança que vos posso deixar é uma boa-educação”.

Agora digam-me, o que é que eu faço com esta merda?

Patético

Primeiro dia no departamento novo

Muito parado... nada do stress que me prometeram e com que ingenuamente me ameaçaram, nada de kilos de trabalho apenas gramas, nada de noitadas depois de um jantar deprimente no restaurante chique-decadente logo mas logo em frente ao escritório.
“Mas isto é mesmo assim, é por picos, aproveita porque daqui a nada estarás a ansiar um dia assim mais paradinho”.

Segundo dia no departamento novo

Será que sou eu?
O que aqui esteve antes de mim proclama para quem o quiser ouvir que nem teve tempo para respirar quando foi a vez dele.

Terceiro dia no departamento novo

Sou eu.

Quarto dia no departamento novo

Mayday.
Ninguém aguenta a minha tromba.

Quinto dia no departamento novo

19:30 (depois de implorar labor o dia inteiro)
“Tenho aqui uma coisa que podes fazer, para amanhã durante o dia. Achas que tens tempo? Eu sei que é muito em cima.”

Talvez tenha. Vou ver nos meus pendentes.

Sexto dia no departamento novo

8:30
Pronta para começar.
Começo.
Continuo, continuo, continuo, até às 18:30, quando o ritmo começa a diminuir (considerar pausa de 40 minutos para almoçar).
Sorrio para todos, desaparece uma nuvem cinzenta, o marido respira de alívio e pensa “Deram-lhe trabalho, graças a Deus.”

Sétimo dia no departamento

10:00 (a lista de pendentes desapareceu, por isso achei que podia)
Cá estamos.


Descobri que vivo para o trabalho, mas só quando ele não existe.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Ditados

Ainda hoje guardo na memória o resultado do meu primeiro ditado. Corridos 18 anos e ainda consigo ouvir a voz da Irmã Espingarda “Zero erros, mas deixaste muito espaço entre as palavras”.
Penso muitas vezes que o comentário resume a minha existência.