Todos os dias o jovem e moderno casal habitante na baixa atravessa – na passadeira e após esperar que caia o verde para os peões, ainda que naquele exacto momento não estejam carros a passar, porque somos modernos e civilizados como lá fora – a Rua da Prata, a Rua Augusta e a Rua do Crucifixo em direcção à estação do metro que os leva ao trabalho (porque o carro não só está completamente fora como não convém tirá-lo daquele lugar que seguramente estará ocupado na volta, tudo parte do encanto de viver na Baixa).
Naquele dia de sol são abordados por um indivíduo de figura eslava, entre o Silas do Código da Vinci e aquele senhor que agora faz de James Bond, integralmente vestido de preto, que pergunta desconcertantemente, com um forte sotaque inidentificável “Falam português?”. Estupefactos, replicam “Sim”. “Acreditam em amor à primeira vista?”. Responde ele primeiro “Não”. A única resposta possível que lhe resta é vociferada com a voz ainda rouca da manhã.
sexta-feira, 2 de março de 2007
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